17/11/06


A Forja
café e vinho s/papel
30x42
2006


O malho e a bigorna
Batendo um compasso
Do decido e lesto braço
Ao tema dando forma
O pensamento quiçá ausente
Envolvido nesse bater
P'lo moribundo viver
Naco de esmola presente
Uma sombra gigantesca
Que vigia controla
Esse naco pior que esmola
Simbólica figura grotesca
O desenho torneia a figura
Como se em um passado
Presente ali ao lado
Do ferro se corrói a espessura
Um rosto fechado, sem sentido
De umas mãos já sem dor
Ásperas de difícil amor
Esquecidas no tempo esquecido

O cinza apaga o som
De um corpo caído em desdita

Ana Gomes